segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Azul

Por ser um azul piscina
Dos olhos fitando o azul 
Por ser azul uma vitrine 
Água dos mares do sul 
Por ser criança e menina 
Te vejo como o mar 
Por ser assim feminina



Poesia: Oswaldo Montenegro

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Fugitiva

Procurei uma linda poesia para postar, mas nenhuma me despertou. Para mim, falar de amor é  falar do desconhecido. Prefiro falar de mim, contar quantas vezes montei em meu cavalo como uma fugitiva, procurada viva ou morta. Por muitos tostões procuram-me. Crimes? Tantos... Já perdi a conta... Minha ficha criminal é banhada por um silêncio algoz, por sonhos, os quais não os deixarei morrer. É pintada por gotas douradas da eternidade, onde anjos cantam melodias perfeitas. Enquanto isso, aqui embaixo, subo às montanhas, do dorso do meu alazão às asas solitárias da minha vida. No silêncio largo,o tilintar da cela e o batido dos cascos são as únicas companhias, até que um relincho do baio dilacera a quietude. Atravesso o desfiladeiro, olhos no infinito.Tudo que quero agora é embrulhar o meu medo nas alturas e saltar de novo nas crinas do vento. Preciso fugir... Mas minha gaveta emperrou, são tantas coisas guardadas para despejar e despedir-se de mim de uma vez.  Não quero mais gavetas, nem cofres... O que mais quero é meu corpo estendido na relva, chafurdado no orgasmo da terra quando os céus derramam o néctar das chuvas... Livre! Como uma semente, que da solidão do seu sono, acorda para ver o sol...


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