quarta-feira, 25 de março de 2015

Retratos Rasgados

Eu te avisei
Pra não olhar pra trás
É tarde demais
Eu te mostrei
A vida dá sinais
Fez que tanto faz
Agora julga tudo que passou
Pensa que sabe quem eu sou

Mentiras jogadas
Deixam marcas no meu coração
Retratos Rasgados
São pedaços soltos pelo chão
Eu te falei
Nem tudo é igual
Pena que foi mal
Eu te ensinei
Tudo era natural
Tanta coisa e tal
Às vezes acho que me deu valor
Mas tudo passa-acabou




Letra de música: Roupa Nova

domingo, 8 de março de 2015

Ninguém sabe...

Ninguém vê
 Além 
Desse rosto
Uma lágrima 
No papel 
Riscado
Às vezes 
Choro
Poesia... 
Letras 
Escorrem  
Sem forma 
definida
Me finjo 
Adormecida
Ninguém 
Enxerga
Além 
de mim
Aqui de dentro
Das paredes
 Que me cercam
Ninguém sabe
Ninguém sabe
 não...
Que 
perdi 
A direção 
do sol
O ritmo 
Do meu coração
Quando 
Estou Perdida
E o céu
Adormecido
Ninguém sabe...
Que fiz 
uma escolha
E errei
O caminho
Escolhi
Me trancar
 Na torre
Nela confiei 
Os meus 
segredos
E não há 
nenhum lugar 
do mundo 
Que eu possa estar 
Mais segura
Longe de mim
    Longe de mim...

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terça-feira, 3 de março de 2015

Soneto de amor

Não me peças palavras, nem baladas, 

Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio, 
Deixa cair as pálpebras pesadas, 
E entre os seios me apertes sem receio. 

Na tua boca sob a minha, ao meio, 
Nossas línguas se busquem, desvairadas... 
E que os meus flancos nus vibrem no enleio 
Das tuas pernas ágeis e delgadas. 

E em duas bocas uma língua..., — unidos, 
Nós trocaremos beijos e gemidos, 
Sentindo o nosso sangue misturar-se. 

Depois... — abre os teus olhos, minha amada! 
Enterra-os bem nos meus; não digas nada... 
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce! 


José Régio, in “Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, Eugénio de Andrade”.