sábado, 29 de dezembro de 2012

Sonhei com você...

Não sei se dormia
Ou apenas te sentia em sonhos
Daqueles reais ... acordada...


Embora de olhos fechados
A alma em repouso
E o corpo esperando...
Teu nome chamando... O sonho se fez...


Amei como a primeira vez
Amei como antes... instantes...
Conjugamos o verbo amar...


Saciei-me em teu banquete
Mas acordei com sede...
De te amar ainda mais...



(Rose Felliciano)

sábado, 1 de dezembro de 2012

João de Barro


O meu desafio é andar sozinha
Esperar no tempo os nossos destinos
Não olhar pra trás, esperar a paz
O que me traz
A ausência do seu olhar.
Traz nas asas um novo dia
Me ensina a caminhar
Mesmo eu sendo menina aprendi
Oh meu Deus me traz de volta esse menino
Porque tudo que eu tenho é o seu amor
João de Barro eu te entendo agora
Por favor, me ensine como guardar meu amor...

Maria Gadú


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Anoiteceu...

Os olhos muram a distância que se fez em nós.
Ainda que a mão possa tocar esse banco, 
onde te sentas
a olhar um jardim de flores mortas.
A cor do desejo já não fulgura na pele.
Há um frio que dói nos ossos.
A mão do sol já não afaga nem aquece o dia.
Já não é dia, nem há dias.
Há apenas um tempo sem destino. 
Horas mortas.
Anoiteceu. Uma noite eterna que te cega.
Abandono a paisagem de mim, 
que penduras com zelo
nos escombros do que já foi morada,
onde se ouvia uma melodia que já ninguém toca.
Tornei-me leve, 
sem esse corpo ao qual te aferras e não soltas.
Já não sou corpo, nem há corpo.
Sou asa de pássaro a rasgar o céu
em direção ao horizonte onde os azuis se misturam.
Não me chames. Não te ouço, nem te vejo.
Já não há ouvidos, nem olhos. 
Não tenho frio, nem sinto fome.
Há apenas sede.
Uma sede de mergulhar as penas nesse azul imenso
...e ser mar.
Sónia M

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Quando chamo pelo seu nome...


 
Quando olhares para o alto
O que poderá ter sido o dia?
Uma estátua de pedra sem vida?
Ou um trovão que se rompeu com heroísmo?
Do outro lado do rio,

O silêncio ergue suas torres...

Onde tudo se veste do nada...
Onde o sorriso é um simples sulco no rosto...
Do outro lado do espelho o tempo é uma canção esquecida...
Que se arrasta embevecida em soluços
Afiando suas garras sobre o inerte dia
Que se despe em silêncio...  Suplicando pela noite
Trazendo a umidade dos seus lábios...
Quando chamo pelo seu nome...

Rose Sousa.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Cada palavra que te digo...

Cada palavra que te digo é um grito
Grito... porque a tua voz já não me fala
Cada palavra que te digo é saudade
Saudade que consome... o que tu tentas apagar
Cada palavra que te digo  é  de amor
Amor que fiz... amor que dei... amor que senti
Hoje, cada palavra que te digo, só eu as escuto
Só eu...

 Rui.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fome...

Meu amor
a fome
que tenho
é na alma
que segue
calada
refugiada
entre sonhos
quentes
a fome
que tenho
é na pele
descontente
de forma
atraente
firme
devoradora
a fome
que vem
a fome
que vai
a fome que
você não vê
não sente
nem pressente
desprevenido
me deixa
assim
faminta
com fome de ti... 

Rosangela Ataide

sábado, 27 de outubro de 2012


Agradeço à amiga: Vera Portella por este  prêmio que  me foi dado com muito carinho. 


NORMAS A SEGUIR
1 -  Agradecer  ao blog, que te premiou.
Obrigada ao blog: 
(MEU CÉU DA FELICIDADE)


2 - Partilhar  coisas sobre ti,
para te conhecerem melhor.

Coisas que mais aprecio:


Poesia
MÚSICA
LEITURA
ANIMAIS
CACHOEIRA
LUA
 3 - Partilhar o prêmio, com outros blogues e notificá-los.
Muitos são merecedores, mas os nomeados são:



Fiquem à vontade para aceitarem ou não o Mimo.

COM CARINHO,

Rose Sousa.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Fragmentos...


Não escrevo mais de mim
O que sai de mim  voa 
Fragmentos...
Tudo se vai
Tudo se esvai...
E permanece eu
E não fica nada em mim
Que não ame você...

Rose Sousa.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Soneto do amor maior

Maior amor nem mais estranho existe

Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre,
fica triste E se a vê descontente, dá risada. 
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada. 
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo 
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.


Vinicius de Moraes

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Me releia


Por tuas mãos, por teus lábios,
me reconstrua em teu peito,

pra que eu possa ter um canto de paz
onde atracar minha nau em dias de tempestade...
Decifra meus códigos e encontre
embaixo do tapete lá de fora
a chave que me destrava os sentimentos
e me conduza por esta noite escura de chuva fina...
Faça-me um relato de mim
no lampejar de seus olhos
como se tivéramos chegado ambos
a um oásis de sombra e descanso
em meio a esse deserto longo!




(Santaroza)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieto,
muito quieto
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.



(Vinícius de Moraes)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Lobos na noite escura

Diz que quer correr com lobos...
Tem pernas?
É selvagem pra isso, ou tem ideias de domas, como se, com doçura mudasse os rumos e a velocidade da fera?
Quer andar com lobos e pernoitar em clareiras. “Quer pernoitar?!!!!”
Correr na noite crua na treva da lua
Pés na terra, e coisas que rastejam a margem de um caminho que não existe.
Quer correr com lobos?
Já ficou sozinha no nada sem ver a noite, ouvindo grunhidos vindos de todos os lados? Quer correr com lobos sem saber aonde eles vão? Quer?


(Antenor Emerich)



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Dois minutos de poesias...


Esta noite é de sonhos
Lembranças não vividas
Talvez de outras vidas
Do amor que vivemos

E eu não sei...
Se é o sonho ou a poesia que
Faz-me criança brincando de pique
Assim sou eu pensando em ti
Contando as estrelas do céu
Somente ao céu elas pertencem
E disso eu bem sei...

E vem um aperto que aperta o peito
E em mim a saudade jacente
Um sorriso tímido na face
Se é alegria
Eu não sei...
Sei que rio sozinha
Depois brilham os meus olhos...

domingo, 1 de abril de 2012

Nas asas do pensamento...

                      Para o meu menino...
Cada poema que faço voam palavras que cravo no papel.  Breves linhas... Letras suaves e famintas... Meus pés se escorregam pelo tapete e meu corpo ocioso se rende a maciez da poesia. Quase não vejo mais a linha à minha frente, essa linha imaginária e transparente. Mas pra que  pensar na linha? O que preciso é me jogar no ar e explodir! Hoje não quero ouvir estórias... Minha fome é outra...  Minha sede é de dentro.  Meu segredo é esse que a madrugada vadia esconde...  E o que importa se já não sou verso?  De muito já sou reverso, selvagem, do avesso!  Desejos que me tomam... Outras vontades que não as minhas...  O limite entre a cantiga dos céus e o ninar da noite é apenas uma metáfora... Com seu jeito sutil atravessas a linha... Essa linha imaginária que nos devora... Que nos distancia... Mas eu sonho, tal como agora, que desta vez você vem e encostar-se-á e em mim de mansinho, bem devagarinho...  E teu sorriso nascerá em minhas mãos e teu beijo em meus beijos... Nos sulcos fortes do seu peito irei repousar e o sono te encontrará no meu aconchego... 

...E dormiremos  envoltos num doce sonho...  Nos seios da noite... No regaço do tempo...


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012


Sou...

Como um vento inquieto... Uma nuvem apressada.

Sou essa força que me move... Que me envolve.

Um vulcão desperto... Um sol que queima forte...

Que queima a pele... Que arde.

Sou assim...

Um mar revolto e o seus segredos...

Uma bruma envolta de desejo... Trajada de prazer.





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